O Dólar tem se valorizado frente ao Real e ao Euro e cotação depende também do resultado das eleições nos EUA. O Dólar subiu mais de 15% em 2024 e, na última sexta-feira, 01/11, o dólar fechou em alta de 1,53%, cotado a R$ 5,86 para compra e R$ 5,87 para venda. Em relação ao Euro, a moeda americana está a 0,93.

Para analistas, a incerteza em torno da questão fiscal (que trata da relação entre gastos e receitas do governo) foi a principal alavanca para a elevação do dólar. Especialistas alertam que se o governo brasileiro não melhorar sua situação fiscal, o Dólar pode chegar à casa de R$ 6 e conseguir a paridade com a moeda europeia.

A alta da moeda tem ocorrido apesar da queda nos juros nos Estados Unidos pelo Federal Reserve (Fed, na sigla em inglês, o Banco Central norte-americano), fator que normalmente ameniza a pressão sobre a moeda americana. O movimento pode se intensificar se o ex-presidente dos EUA e candidato à eleição Donald Trump vencer as eleições contra a democrata e atual vice-presidente Kamala Harris.

No entanto, o precedente histórico da presidência de Trump de 2017-2020 sugere que ocorreu o contrário, pelo menos durante o seu primeiro ano no cargo. Trump tem um plano de governo mais deficitário, e as políticas protecionistas devem prejudicar mais as moedas emergentes, como a brasileira, afetando a demanda por produtos estrangeiros, e por consequência, sua balança comercial.

Além de encarecer viagens ao exterior, não apenas aos EUA, o Dólar alto pode afetar itens da alimentação, os bens industriais e o preço dos combustíveis.

Nesse cenário de alta da moeda norte-americana, o Banco Central Brasileiro precisa subir ainda mais os juros, ou mesmo, elevá-los em ritmo mais rápido. Com isso, a atividade econômica tende a desaquecer. O Banco Central Europeu, no entanto, enfrenta uma perspectiva econômica diferente, uma vez que o crescimento da Europa continua a ser mais vulnerável a choques externos. Se as tarifas dos EUA afetarem desproporcionalmente as exportações europeias, o BCE poderá responder com uma maior flexibilização, o que alargaria o diferencial de taxas de juro e aumentaria a pressão descendente sobre o Euro.

(Dados do Estadão, Metrópole e EuroNews)