De 1 de janeiro a 17 de setembro de 2024, foram registrados 450 casos confirmados de dengue (425 associados a viagens ao estrangeiro e 25 casos autóctones). A idade média dos pacientes é de 40 anos, a maioria é mulheres, cerca de 52% dos casos, e ainda não houve óbitos.
No que diz respeito aos casos autóctones (aqueles que contraíram a doença na Itália), no dia 17 de setembro foram identificados vários eventos independentes de transmissão local do vírus da Dengue (Denv). 20 casos foram confirmados na região de Marche, com identificação do vírus da Dengue tipo 2 (Denv-2), e investigações epidemiológicas estão em andamento. Também houve alguns casos esporádicos de infecção autóctone por Denv tipo 1, 2 e 3 relatados na Emilia-Romagna, Lombardia, Abruzzo e Toscana. As investigações epidemiológicas em curso não mostraram até agora qualquer evidência de ligação entre elas ou com os casos notificados pela região de Marche.
Medidas de controle do mosquito vetor (o Aedes Aegypti) e medidas de prevenção foram acionadas para garantir a segurança das transfusões e transplantes nas áreas afetadas, conforme previsto no Plano Nacional de Arboviroses.
A maioria das infecções, transmitidas por picadas de mosquitos, é contraída durante viagens ao exterior, particularmente no Brasil e nas Ilhas Maldivas, e pode ser assintomática em mais de 50% dos casos ou caracterizada por uma doença febril moderada. As formas mais graves da doença acontecem em aproximadamente 5% dos casos sintomáticos. Segundo a especialista Anna Teresa Palamara, diretora do departamento de Doenças Infecciosas do ISS, “as condições climáticas e a presença de um mosquito capaz de transmitir o vírus possibilita a transmissão em alguns meses do ano, num contexto de elevada circulação em muitos países do mundo”.
Com um acompanhamento cuidadoso dos casos diagnosticados na Itália pelas regiões e províncias, o Ministério da Saúde e o Instituto Superior de Saúde incentivaram “aqueles que realizam viagens internacionais a verificar se a transmissão deste vírus é conhecida nas áreas visitadas e a adotar todas as medidas de prevenção recomendadas”, como se proteger com repelentes e usar calças e camisas de mangas compridas quando estiver ao ar livre, principalmente ao amanhecer e ao anoitecer, além de usar proteção nas janelas e esvaziar frequentemente recipientes com água parada.
Paralelamente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que uma nova vacina – chamada Tak-003 – contra a dengue está em fase de pré-qualificação, ou seja, avaliação dos requisitos relativos à qualidade, segurança e eficácia. A Tak-003 já está aprovada na Itália e também em outros países, sendo a segunda vacina contra dengue a ser pré-qualificada pela OMS, depois da vacina CYD-TDV.
Acredita-se que os casos de dengue estão destinados a se expandir geograficamente devido às mudanças climáticas e à urbanização.
(Dados da Ansa e La Repubblica)