Bolsas recuam em meio a protestos na China e mais assuntos do mercado hoje

Semana é de agenda forte, com a divulgação PIB brasileiro no 3º tri, payroll nos EUA e discurso de Jerome Powell
Os mercados mundiais amanhecem no campo negativo nesta segunda-feira (28), com investidores acompanhando a agitação na China, à medida que protestos contra a política de Covid Zero e bloqueios eclodiram no fim de semana.
Durante o fim de semana, vários manifestantes expressaram suas frustrações com as restrições impostas por Pequim e pediram a renúncia do presidente Xi Jinping. Os governos locais reforçaram os controles da Covid à medida que os casos aumentavam, embora no início deste mês autoridades chinesas tenha ajustado algumas políticas que sugeriam que o país estava a caminho da reabertura. Quase três anos de restrições arrastam a segunda maior economia para baixo. O desemprego juvenil se aproxima de 20%.
Entre as commodities, os preços do petróleo operam perto de novas mínimas de 2022, à medida que as preocupações com a demanda sobre o segundo maior consumidor mundial de petróleo pesavam sobre as cotações.
No Brasil, o presidente eleito Lula desembarcou em Brasília, ontem à noite, para assumir as negociações da PEC da Transição. Ele deve se reunir com Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e líderes partidários.
Em indicadores, o Banco Central divulgará nesta segunda-feira (28) a taxa de inadimplência mensal e os estoques de crédito.
1.Bolsas Mundiais
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta manhã de segunda-feira (28), enquanto investidores avaliam os impactos das manifestações da população chinesa contra a continuidade das duras restrições ao Covid no país.
No front econômico, investidores estarão atentos a uma série de publicações que fornecerão mais informações sobre a situação da economia dos EUA. Estão previstos os dados do PCE, na quinta-feira, o payroll, na sexta-feira, e, na quarta-feira, o JOLTs, o Livro Bege e o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.
Veja o desempenho dos mercados futuros:
- Dow Jones Futuro (EUA), -0,33%
- S&P 500 Futuro (EUA), -0,53%
- Nasdaq Futuro (EUA), -0,65%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam o primeiro pregão desta semana no vermelho, em meio a protestos na China causados pela política contínua de Covid Zero.
Milhares de pessoas foram às ruas na China para protestar contra as restrições impostas por Pequim. Muitos dos manifestantes pediram a renúncia do presidente Xi Jinping.
Críticas com esse tom são incomuns na segunda maior economia do mundo, onde qualquer manifestação contrária ao governo e ao líder-supremo pode resultar em duras represálias.
No câmbio, o yuan offshore enfraqueceu acentuadamente em relação ao dólar depois de terminar a semana passada em torno de 7,20 por dólar.
- Shanghai SE (China), -0,75%
- Nikkei (Japão), -0,42%
- Hang Seng Index (Hong Kong), -1,57%
- Kospi (Coreia do Sul), -1,21%
Europa
Os mercados europeus operam em baixa nesta segunda-feira (28), enquanto protestos contra Covid na China continuam. As manifestações ocorreram quando as infecções aumentaram, levando a mais restrições locais da Covid, enquanto uma mudança na política do governo chinês no início deste mês aumentou as esperanças de uma flexibilização gradual.
- FTSE 100 (Reino Unido), -0,60%
- DAX (Alemanha), -0,23%
- CAC 40 (França), -0,35%
- FTSE MIB (Itália), -0,80%
Commodities
As cotações do petróleo recuam no início desta semana, com os protestos contra as rígidas restrições ao Covid-19 na China alimentando as preocupações com a demanda da commodity.
A China, maior importador de petróleo do mundo, manteve a política de Covid Zero, mesmo que grande parte do mundo tenha suspendido a maioria das restrições.
Na contramão do que é observado nos preços do petróleo, o minério de ferro na bolsa de Dalian opera em alta e caminha para terceira alta seguida.
- Petróleo WTI, -2,79%, a US$ 74,15 o barril
- Petróleo Brent, -2,82%, a US$ 81,23 o barril
- Minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve alta de 2,37%, a 755,50 iuanes, o equivalente a US$ 105,07
Bitcoin
- Bitcoin, -1,98% a US$ 16.223,16 (em relação à cotação de 24 horas atrás)
2. Agenda
A agenda da semana tem como destaque a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre deste ano, na quinta-feira (1). O Itaú projeta um crescimento de 0,5% na comparação com o segundo trimestre e de 3,6% em base anual.
Na sexta-feira (2), sai o indicador de atividade industrial referente ao mês de outubro e o Itaú prevê avanço de 0,5% em relação a setembro – na comparação anual, projeta crescimento de 2%.
A semana também vai ser marcada por dados de emprego. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) é esperado para quinta-feira e a PNAD Contínua para quarta (30).
No exterior, o ponto alto da agenda de indicadores é a sexta-feira (2) quando será divulgado o payroll, compilado de dados oficiais do mercado de trabalho dos EUA. O consenso Refinitv aponta para a criação de 200 mil empregos em novembro, uma desaceleração em relação à outubro.
Brasil
8h25: Boletim Focus
9h30: Taxa de inadimplência
9h30: Estoques de crédito total
10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião com representantes da Fitch e da Secretaria do Tesouro Nacional (fechado à imprensa)
EUA
12h30: Índice de atividade industrial Fed Dallas
Japão
20h30: Taxa de desemprego
20h50: Vendas no varejo
3. Noticiário econômico
PEC da Transição ‘não é farra de gastança’, diz relator do Orçamento
O relator-geral do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), rebateu mais uma vez as críticas à PEC da Transição, da qual ele é um dos articuladores. A proposta prevê excepcionalizar os recursos do novo Bolsa Família do teto e abrir um espaço de R$ 105 bilhões no Orçamento para saúde, educação e investimento público.
“(A PEC) Não é cheque em branco, não é farra de gastança. São ações que sem as quais o País não funciona”, disse o parlamentar.
Castro voltou a dizer que o consenso da PEC deve ocorrer até terça-feira (29) e reconheceu que a presença do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em Brasília esta semana ajudará nas negociações
União sai vitoriosa em julgamento no STF e evita rombo estimado em R$ 472 bilhões
A União saiu vencedora no julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que mais poderia impactar os cofres federais no próximo ano. O plenário virtual do STF concluiu na madrugada deste sábado que as leis do PIS e da Cofins podem, sim, limitar os fatos geradores de créditos, evitando uma redução drástica na arrecadação dos tributos que poderia levar a uma perda estimada pelo governo em R$ 472,7 bilhões.
4. Noticiário político
Responsabilidade fiscal e avanços sociais não são incompatíveis, diz Alckmin
O vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, repetiu neste sábado, 26, que o novo governo tem compromisso com as contas públicas. “Podem ter certeza que esse ajuste e essa eficiência ocorrerão”, afirmou, em participação em evento organizado pelo grupo de empresários Esfera Brasil. “O ajuste fiscal vai ser feito e de maneira permanente”, garantiu.
Alckmin prometeu que o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não irá gastar mais do que arrecadar e enfatizou que será preciso cortar gastos.
O vice-presidente eleito, porém, afirmou que o ajuste não será feito em cima dos aposentados e pensionistas. “Governar é escolher. Tem muita forma de fazer ajuste, que é necessário para o Brasil crescer. Mas fazendo com um olhar social. Podem acreditar, vai haver ajuste, e não vai ser em uma semana. Vão ser quatro anos de ajuste, porque você pode melhorar a eficiência do gasto público todo dia”, disse.
Covid
O Brasil registrou neste domingo (27) 15 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 689.560 desde o início da pandemia.
Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 80. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +84%.
No total, o país registrou 5.667 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 35.212.035 casos conhecidos desde o início da pandemia.
5. Radar Corporativo
Petrobras (PETR3;PETR4)
A Petrobras (PETR3;PETR4) esclareceu na noite de domingo, em comunicado ao mercado, que o pagamento de dividendos extraordinários está previsto na Política de Remuneração ao Acionista, aprovada pelo conselho de administração em 2019 e aprimorada em 2020 e 2021. O posicionamento da companhia é uma resposta às recentes notícias veiculadas na mídia em torno do pagamento de dividendos.
A Petrobras assegurou ainda que “não contrai dívida para pagar dividendos” e que “sua dívida está em trajetória decrescente”, com redução de US$ 5,3 bilhões em relação ao terceiro trimestre de 2021.
PetroRecôncavo (RECV3)
O Conselho de Administração da PetroRecôncavo (RECV3) aprovou a distribuição de juros sobre o capital próprio referentes
ao exercício social de 2022, no valor bruto de R$ 180 milhões, correspondente a R$ 0,614971 por ação ordinária.
Farão jus ao recebimento de juros sobre o capital próprio os acionistas inscritos nos registros da companhia em 01 de dezembro de 2022, sendo que as ações serão negociadas “ex juros” a partir de 02 de dezembro de 2022.
O pagamento será realizado aos acionistas até 13 de dezembro de 2022.
Gerdau (GGBR4)
A Gerdau informou que, nesta sexta-feira (25), a sua controlada Gerdau Next e o Fundo NW Capital, na qualidade de investidores, assinaram com a Newave Energia instrumentos vinculantes para subscrição de participação societária no capital social da Newave pela Gerdau Next e pelo NW Capital, nas proporções de 33,33% e 66,67%, respectivamente; e aquisição de energia de longo prazo, pela companhia e suas controladas, de 30% da energia gerada pelos projetos de geração de energia detidos direta ou indiretamente pela Newave e suas controladas, em regime de autoprodução. (InfoMoney com Estadão, Reuters e Agência Brasil)