A jogadora italiana de vôlei Paola Egonu é uma das atletas escolhidas para levar a bandeira olímpica na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Tóquio, marcada para acontecer na próxima sexta-feira (23). O presidente do Comitê Olímpico Nacional Italiano (Coni), Giovanni Malagò, comunicou a novidade para a atleta em sua chegada ao Japão. Egonu, que tem pais nigerianos, chorou de emoção ao receber a notícia.
“Estou muito honrada pela designação que me foi dada pelo COI de carregar a bandeira olímpica. Fiquei empolgada assim que Malagò me disse, porque me vejo representando atletas de todo o mundo e é uma grande responsabilidade”, declarou Egonu.
A italiana, que é natural de Cittadella, carregará a bandeira olímpica ao lado de alguns atletas de outros países.
“Não tem uma figura melhor do que Paola Egonu, como mulher e atleta, para levar a bandeira dos cinco círculos na cerimônia de abertura dos Jogos de Tóquio, um grande símbolo mundial de fraternidade e lealdade, para além do esporte”, disse o governador da região do Vêneto, Luca Zaia.
Aos 22 anos de idade, Egonu defende o Imoco Volley e é uma das principais estrelas da seleção italiana feminina da modalidade.
A Azzurra estreará nas Olimpíadas no sábado (24) contra a Rússia.
Italianas e brasileiras entraram no clima das Olimpíadas em um amistoso disputado na segunda-feira (19) na cidade de Itabashi, no Japão. A equipe comandada por Davide Mazzanti venceu o Brasil por 3 sets a 1, com parciais de 25/21, 23/25, 25/17 e 25/22. A maior pontuadora do duelo foi Egonu, que anotou 13 pontos, sendo seguida por Elena Pietrini, com 11.
Esperanças de medalhas da Itália
Sexta maior potência olímpica da história, a Itália terá em atletas militares e policiais as suas maiores esperanças de medalha nas Olimpíadas de Tóquio. Dos 384 competidores italianos que vão ao Japão, 265, ou quase 70% do total, fazem parte de equipes esportivas ligadas às Forças Armadas ou às polícias do país.
A principal delas é o grupo Fiamme Oro (Chamas Douradas, em tradução livre), que pertence à Polícia de Estado e levará 69 atletas a Tóquio, incluindo os medalhistas olímpicos Gregorio Paltrinieri (natação), Elisa Longo Borghini (ciclismo de estrada) e Jessica Rossi (tiro esportivo), porta-bandeira da Itália na cerimônia de abertura dos Jogos 2020.
Já as Fiamme Gialle (Chamas Amarelas), ligadas à Guarda de Finanças, que é uma espécie de Polícia Federal da Itália, terão 48 representantes.
Na sequência aparecem Exército, com 46; Arma dos Carabineiros, com 38; Aeronáutica, com 29; Fiamme Azzurre (Chamas Azuis, ligadas à Polícia Penitenciária), com 20; Marinha, com 14; e Fiamme Rosse (Chamas Vermelhas, subordinadas ao Corpo de Bombeiros), com um atleta.
Na maioria dos casos, os militares e policiais disputam esportes individuais, como tiro esportivo, natação e esgrima, mas também há competidores de esportes coletivos, como softbol, vôlei de praia e polo aquático.
Esses números são resultado do investimento da Itália no esporte através das Forças Armadas e das polícias, recrutando e apoiando atletas que disputam modalidades olímpicas.
Nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro, 22 dos 28 pódios italianos tiveram a presença de atletas militares ou policiais, 78,6% do total. No geral, foram sete ouros, oito pratas e sete bronzes conquistados pelas Forças Armadas e pelas polícias do país.
Em solo italiano, os atletas se tornam militares ou policiais através de concursos públicos. Em grande parte do tempo, eles recebem um treinamento para atividades básicas, e seus salários seguem a política de remuneração para cada patente.
Esses atletas realizam testes de desempenho a cada dois anos e, caso não cumpram os requisitos, podem deixar as equipes. Ao encerrar a carreira, muitos deles viram treinadores ou exercem atividades militares e policiais não ligadas ao esporte. (com dados da Ansa)