Assessor italiano de extrema direita mata marroquino em praça púbica

Um assessor de extrema direita do município de Voghera (norte da Itália) atirou, na terça-feira (20) à noite, em um marroquino durante uma discussão em uma praça pública, um ato considerado de autodefesa, segundo o líder de seu partido, Matteo Salvini, o que gerou reações mistas.
Massimo Adriatici, membro da Liga, assessor de segurança de Voghera e ex-comandante da polícia, está sob prisão domiciliar após a abertura de uma investigação por parte do Ministério Público.
Segundo depoimentos citados pela imprensa italiana, foi um ato de defesa desproporcional.
A vítima, um marroquino de 39 anos, recebeu um tiro no peito depois de irritar os clientes, entre eles uma mulher, que se encontravam em frente a uma cafeteria de Voghera, perto de Padua.
Segundo o assessor, foi um disparo acidental depois que sua pistola caiu no chão, o que o MP deverá analisar.
O caso desencadeou várias reações, principalmente depois que o líder da extrema direita Matteo Salvini defendeu o assessor publicamente, alegando que foi “vítima de uma agressão” e que agiu “em legítima defesa”.
“Ele respondeu acidentalmente com um disparo que, infelizmente, matou um cidadão estrangeiro”, explicou Salvini em um vídeo divulgado em sua página do Facebook.
O senador Alan Ferrari, do Partido Democrático (centro-esquerda), eleito por essa região, pediu imediatamente a Matteo Salvini para condenar os fatos.
“Em um país civilizado e democrático, um assessor não atira em uma pessoa”, destacou.
Vídeo mostra imigrante agredindo político antes de morrer na Itália
Um vídeo divulgado na quinta-feira (22) mostrou parcialmente o que aconteceu antes do político matar o imigrante a tiros na cidade de Voghera, no norte do país.
Imagens feitas por uma câmera de segurança revelam que o marroquino de 39 anos, Youns El Boussetaoui, se aproximou de Massimo Adriatici, membro do partido ultranacionalista Liga e secretário municipal de Segurança, trocou algumas palavras e depois deu um soco no rosto do político.
Na sequência, Boussetaoui é visto se afastando da cena, enquanto Adriatici levanta do chão e é abordado por algumas pessoas. A gravação, porém, não mostra o momento e a dinâmica em que ocorreu o disparo, nem quando o membro da Liga puxa sua arma. Apesar disso, é possível ver ele pegando alguns objetos não identificados ao se erguer.
O procurador de Pavia, que apura o homicídio, pediu a confirmação da detenção porque ainda não está claro se o tiro foi disparado “acidentalmente” ou “intencionalmente”. As investigações ainda estão em andamento. (com dados da Afp)