Arqueólogos italianos descobrem pinturas em antigo templo localizado na região de Marcas

Arqueólogos italianos descobriram pinturas em um antigo templo localizado em Cupra Marittima, cidade localizada na região de Marcas, e que usavam técnicas conhecidas como o “estilo” de Pompeia – destruída pelo vulcão Vesúvio em 79 d.C. As paredes têm grandes desenhos quadrados, onde o amarelo faz um contraste com o vermelho intenso e o preto em uma faixa central, cores sólidas intercaladas com delicados enfeites de flores e candelabros. Há ainda nichos para possíveis estátuas e, provavelmente, uma pintura que ia até o teto iluminada por um azul intenso.
O local abrigava um antigo templo, construído no início de 1 d.C., quando em Roma ainda reinava o imperador Augusto. Chamado de “grande templo romano de Cupra”, ele foi decorado em sua primeira fase com muitas cores e desenhos fortes, como acontecia nas casas mais ricas de Roma e de Pompeia.
“Templos com o interior da célula decorados com pinturas são muito raros. Até hoje, nós conhecíamos o de Bona Dea, em Óstia, além do criptopórtico do santuário de Urbis Salvia, também nas Marcas, e o templo de Nora, na Sardenha”, disse o arqueólogo Marco Giglio, da Universidade de Nápoles, à agência italiana de notícias ‘Ansa’.
Antes de ser um templo romano, o local também era conhecido por abrigar um santuário do período etrusco, no século 6 a.C., e que era dedicado ao deus dos comerciantes.
Segundo o diretor-científico da escavação em Cupra Marittima, Fabrizio Pesando, os romanos chegaram ao local por volta do século 1 a.C. de passagem. Em 1 d.C., fundou-se uma pequena cidadela, que mais tarde foi promovida a colônia.
As pesquisas apontam que a localidade era habitada por famílias dos membros dos exércitos de Marco Antônio e Ottaviano e, depois, por seus descendentes. A cidade era considerada “muito vibrante” e, além do templo que pouco restou, ainda tinha uma área de fóruns públicos.
No entanto, cerca de 100 anos após sua fundação, no século 2 d.C. uma série de problemas acabaram demandando uma restauração radical da antiga Cupra. Uma intervenção “grande e custosa” foi levada adiante com as mesmas técnicas avançadas usadas em Pompeia em 62 d.C., quando uma grande obra precisou ser realizada após um terremoto intenso – anos antes da tragédia final. (com dados da Ansa)