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Arqueólogos fazem nova descoberta em San Casciano dei Bagni

04 de dezembro de 2024 - Por Comunità Italiana
Arqueólogos fazem nova descoberta em San Casciano dei Bagni

Nesta terça-feira (3/12), foram feitas novas descobertas no sítio arqueológico de San Casciano dei Bagni, situado na Toscana, na Itália. O sitio ganhou fama mundial em novembro de 2022, quando veio à luz um depósito com 24 esculturas de bronze com mais de 2 mil anos.

O tesouro recém-descoberto pelos arqueólogos é constituído de duas coroas cintilantes, joias, caixas de moedas, além de mais estátuas restituídas pela lama e diversas serpentes forjadas em bronze, incluindo uma de quase um metro de comprimento.

“Uma mensagem atemporal pertence aos objetos , sobre a relação entre saúde e esperança”, como explica o chefe do departamento de proteção do patrimônio cultural Luigi La Rocca.

A serpente estava colocada no ponto onde corria a água para dentro da piscina, representando a sacralidade da fonte. De acordo com o professor, a descoberta da figura da cobra confirma que as pessoas frequentavam as termas “também para ter uma relação direta com a divindade”, para interrogar a serpente sobre as incógnitas do futuro.

“É como se as pequenas serpentes, com as águas que correm continuamente, levassem uma mensagem à divindade da fonte e à da saúde”, explicam Salvi e Mariotti.

“Confie no divino para ser curado, uma mensagem que ainda hoje é consistente, graças ao efeito milagroso da região que permitiu o incrível estado de conservação das madeiras, frutos, sementes e azeitonas, como em Pompeia, mas neste caso mais bem conservadas”, disse La Rocca

A lista de achados em San Casciano dei Bagni neste ano também inclui ninfas, mais de 10 mil moedas douradas, coroas de ouro (uma intacta em forma de tênia e outra em pedaços), um anel de âmbar e outras joias.

O destaque, no entanto, fica por conta das estátuas e bustos em bronze, de estilo refinado e acompanhados de inscrições em etrusco ou latim, como mensagens na garrafa de um mundo a milênios de distância. Uma das esculturas, um tronco masculino cortado ao meio, foi oferecida à fonte por um certo Gaio Roscio no século I a.C., prática que tinha uma longa tradição por trás de si.

Mais impactante ainda é uma estátua do século II a.C. que retrata uma criança de pé e com uma bola na mão, objeto reproduzido de maneira tão perfeita que inclui até costuras sutis na peça de bronze. A hipótese é de que, assim como as serpentes, a estátua do menino fosse dedicada à veneração, uma vez que essas figuras eram usadas para pedir bons auspícios. Um sinal disso é o bracelete em forma de cobra que envolve o pulso da criança.  As inscrições em etrusco e latim destacam a passagem de um mundo a outro, unidos pela busca de propriedades curativas através do divino. Os pesquisadores cogitam que uma das coroas de ouro pertencia à estátua do menino.
   As peças foram esculpidas por artesãos locais entre os séculos II a.C. e I d.C., mas a piscina – que fazia parte de um complexo de águas termais – existia pelo menos desde o século III a.C. e permaneceu ativa até o ano 5 d.C., quando foi lacrada.

Comunità Italiana

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